A Greve Geral convocada pelas Centrais Sindicais, nesta sexta (14), mobilizou diversas categorias por todo o Brasil. Os protestos tiveram como ponto principal a reforma neoliberal da Previdência, que prejudica segurados da ativa, aposentados e pensionistas, dentro da lógica de trabalhar mais, contribuir por mais tempo e receber benefícios menores.
Os atos defenderam também uma política de crescimento econômico com geração de empregos, além de combater o corte de verbas da Educação, anunciado pelo governo Bolsonaro. As manifestações começaram nas primeiras horas do dia. Após os protestos da manhã, dirigentes da CUT, Força Sindical, UGT, CTB, Nova Central, Intersindical e CGTB se reuniram em São Paulo.
Miguel Torres, presidente da Força Sindical, da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos e do Sindicato da categoria de São Paulo e Mogi das Cruzes, avaliou como positivas as manifestações e criticou a PEC 6/2019.
“É uma reforma da Previdência que vai prejudicar exclusivamente os mais pobres. A propaganda do governo diz que combate privilégios. Mas tá combatendo quem ganha até três salários mínimos, as viúvas e quem está prestes a se aposentar e vai ter de trabalhar o dobro na transição. Esses são os privilegiados que o governo acha que existem”, aponta Miguel Torres.
Para Vagner Freitas, presidente da CUT, o governo está perdido e sem uma política econômica definida. “Se o Guedes quer dinheiro pra colocar no País, deve cobrar de quem tem dinheiro. Cobre das grandes fortunas, reduza os juros, tenha política de investimentos. Nós não queremos que o Brasil se esconda atrás de uma política de Previdência. o governo não tem política econômica. É por isso que o Brasil não funciona”, afirma Vagner Freitas.
O deputado federal Paulo Pereira da Silva acompanhou os protestos. “Fizemos uma paralisação importante em várias categorias. Cumprimos o objetivo de trazer para as ruas a discussão da reforma, num momento crucial em que a proposta está em seus últimos dias na Comissão Especial e depois no plenário da Câmara. Esse é o papel que queríamos pra ganhar força de negociação lá no Congresso”, avalia Paulinho.
Sergio Luiz Leite (Serginho), presidente da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas e Farmacêuticas do Estado de São Paulo, comemorou o sucesso das paralisações. “Dos 33 Sindicatos filiados, nós constatamos mais de 25 regiões com atos e mobilizações. Os trabalhadores têm aceitado bem o propósito desse 14 de junho, que é uma manifestação contra essa proposta da reforma da Previdência. Essa mobilização já traz efeitos positivos”, explica Serginho.
As mulheres, que serão as mais prejudicadas pela reforma da Previdência, aderiram ao protesto. “Nós fazemos dupla ou tripla jornada e vamos trabalhar ainda mais, contribuir mais e receber menos. Além disso, vai agravar a situação econômica do País. Nós estamos à beira de um colapso. E piora quando você tira direitos, recursos dos trabalhadores e da sociedade agrava, mais ainda, a já combalida economia”, ressalta Lidia Correa da Silva, vice-presidente da Confederação das Mulheres do Brasil.
Fonte: Agência Sindical