Com a inflação controlada, reajustes nominais de salários serão menores, é o período em que os dissídios coletivos tiveram aumentos reais (acima da inflação) mais robustos. Para os especialistas, este é um fator novo na atividade econômica do País.
No acumulado em 12 meses até abril, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC, que é a referência base para os dissídios) registra uma variação positiva de 3,99%. Já o IPCA está marcando alta de 4,08% no período e a expectativa do mercado é que o índice feche 2017 com alta de 4,01%. Para 2018, a projeção é elevação de 4,39% na inflação.
Olhando a taxa de inflação isoladamente, é possível concluir que as negociações salariais serão mais fáceis para os trabalhadores. Mas sabemos que isto não ocorre isoladamente. A atividade econômica recessiva e o alto nível de desemprego retiram o poder de barganha dos trabalhadores na mesa de negociação.
No terceiro trimestre de 2017, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve se encontrar abaixo do centro da meta de inflação, impactando as campanhas salariais que ocorrem no período. Sindicatos que representam os bancários e comerciários, por exemplo, têm a sua data-base em setembro e outubro.
No entanto, o cenário para este ano e para 2018 é outro. Com a perspectiva de inflação mais baixa e menor poder de negociação dos sindicatos, os reajustes nominais serão menores do que no passado.
Dissídios anteriores
No ano passado, apenas 19% das negociações salariais resultaram em aumentos acima do INPC. Em 2015, este percentual chegou a 51%. Ainda no ano de 2016, cerca de 44% dos reajustes tiveram valor igual à variação do índice de inflação e os demais 37% ficaram abaixo.
Em 2016, também houve intensificação no crescimento dos reajustes salariais parcelados, o que já havia sido observado em 2015. A combinação de preços em queda com a alta taxa de desemprego fará com que os rendimentos trabalhadores tenham correções mais baixas do que em anos anteriores, afirmam especialistas.